domingo, 1 de janeiro de 2012

Estação Verão .

A noite estava abafada e eu me sentia sufocada. Saio de casa na esperança de encontrar um lugar confortável e ventilado. Caminho por algumas ruas a esmo. Já é tarde, mas continuo mesmo assim. Preciso esvaziar minha mente e meus pés me guiam até a praia. E lá está ele: a minha frente, o mar me engole em sua imensidão. A brisa marinha sopra de modo confortador e me despenteia as finas medeixas. Sento-me na areia. A respiração parece voltar ao normal. 
Tiro minhas sandálias de couro e enterro meus pés nos grãozinhos sem fim. A alguns metros observo um castelo de areia parcialmente destruído. O mar está calmo. Fecho meus olhos e a brisa percorre todo meu ser. Enxugo alguma gotas de suor que ainda tentam em escorrer devido à época do ano e a caminhada. Deito-me na areia e fico a olhar as estrelas novamente, como há muito tempo não fazia, desde a última primavera. Viro meu rosto e ao meu lado se encontra uma concha que à primeira vista não estava lá. Estranho. Podia ter certeza que ela não estava ali antes. 
Pego-a com minha mão esquerda e lhe sussurro um segredo.

-    Tenho esperanças que um dia você ouça as palavras que lhe confidenciei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário